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Futbol Club Barcelona (pronúncia catalã: /fubˈbɔɫ ˈkɫub bərsəˈɫonə/ (Sobre este somescutar (ajuda·info))), também conhecido como Barcelona e popularmente como Barça, é um clube de futebol profissional, com sede em Barcelona, Catalunha. Para a temporada 2019/2020, a equipe joga a La Liga, na Espanha.

Fundado em 1899 por um grupo de futebolistas suíços, ingleses e catalães. O clube se tornou um símbolo da cultura catalã e do nacionalismo catalão. Ao contrário das principais equipes de futebol, os próprios torcedores são quem operam o funcionamento do clube, motivo pelo qual utiliza o lema “Més que un club” (Mais que um clube). O Barcelona é o segundo clube de futebol mais valioso do mundo, com seu valor estimado em $3.2 bilhões, e o quarto clube de futebol mais rico em termos de receita, com um volume de negócios anual de $150,5 milhões.

Nacionalmente, o Barcelona conquistou 26 vezes a La Liga, 30 a Copa del Rey, 13 a Supercopa da Espanha, 3 a Copa Eva Duarte e 2 a Copa da Liga Espanhola, sendo o detentor do maior número de troféus nas quatro últimas competições citadas. No que diz respeito ao futebol internacional, o clube sagrou-se vencedor da Liga dos Campeões da UEFA 5 vezes, e 5 triunfos da Supercopa da UEFA e 4 a Taça dos Clubes Vencedores de Taças, 3 a Taça das Cidades com Feiras, 3 a Copa do Mundo de Clubes da FIFA. O Barcelona esteve na primeira posição do ranking mundial de clubes da IFFHS em 1997, 2009, 2011, 2012 e 2015, e atualmente ocupa a segunda posição no ranking de clubes da UEFA. A principal rivalidade do time é com o Real Madrid, onde as partidas disputadas entre as duas equipes é chamada de El Clásico.

O Barcelona é um dos clubes com o maior número de torcedores ao redor do mundo, se tornando a equipe com o maior número de seguidores em redes e mídias sociais entre todos os esportes. Os jogadores do Barcelona possuem o recorde de maior número de conquistas do prêmio de Futebolista do Ano na Europa, com sete vitórias, bem como o de Melhor jogador do mundo pela FIFA, com quatro no total onze vitórias. Em 2010, o clube fez história quando três de seus jogadores disputaram o título de melhor jogador do mundo (Messi, Iniesta e Xavi) foram escolhidos como os três melhores jogadores do mundo no FIFA Ballon d’Or de 2010.

O clube é um dos membros fundadores da La Liga, e também um dos únicos três que nunca foi rebaixado para a Segunda Divisão, juntamente com o Real Madrid e o Athletic Bilbao. Em 2009, o Barcelona se tornou a primeira equipe espanhola a vencer a tríplice coroa, conquistando a La Liga, a Copa del Rey e a Liga dos Campeões da UEFA, e adicionalmente, fez história ao ser o primeiro clube no mundo a vencer as seis competições que disputou, sendo que completou o sêxtuplo triunfando na Supercopa da Espanha, na Supercopa da UEFA e na Copa do Mundo de Clubes.

História

Time do Barcelona em 1903.
Primeiros anos (1899-1908)
Em 22 de outubro de 1899, um ex-futebolista suíço, Hans Gamper, colocou um anúncio no jornal Los Deportes declarando seu desejo de formar um clube de futebol em Barcelona. Uma resposta positiva resultou em uma reunião no Gimnasio Solé, em 29 de novembro. Onze jogadores participaram: Walter Wild, Lluís d’Osso, Bartomeu Terradas, Otto Kunzle, Otto Maier, Enric Ducal, Pere Cabot, Carles Puyol, Josep Llobet, John Parsons e William Parsons.

Como resultado, o Foot-Ball Club Barcelona nasceu de forma cosmopolita, que paradoxalmente lhe caracterizaria juntamente com o espírito catalão, que o clube só exaltaria mais tarde. O nome em inglês, língua da terra de criação do futebol, a Inglaterra, era comum na época. As cores também seriam influência externa: diz a lenda que Gamper teria inspirado-se nas do Basel, equipe da qual fora capitão, para escolher as do novo clube. Seriam, portanto, vermelho e azul. O vermelho acabaria substituído pelo grená, por ser esta a cor que o desenhista do escudo possuía a disposição.

O anúncio em que Hans “Joan” Gamper (grafado “Kans Kamper”) expressava seu desejo em montar um time de futebol.
Em 1902, o clube ganhou seu primeiro troféu, a Taça Macaya, e também disputou sua primeira final de Taça do Rei, perdendo de 2 a 1 para o Bizcaya.

Com Gamper (1908-1925)
Em 1908, Gamper se tornou presidente do clube pela primeira vez. Acabaria ficando mais conhecido pela versão catalã de seu nome: Joan Gamper. Ele assumiu a presidência com a equipe à beira da falência, não tendo ganhado nada desde o Campeonato da Catalunha de 1905. Gamper venceu eleições para presidente do clube em mais cinco ocasiões, entre 1908 e 1925, e passou 25 anos na presidência. Uma de suas principais conquistas foi a ajuda para adquirir o seu próprio estádio.

Em 14 de março de 1909, após dez anos da fundação, a equipe se mudou para o Carrer Indústria, um estádio com uma capacidade de 8000 lugares. Gamper utilizou-se desta manobra para conseguir mais adeptos para o clube, que logo tornaram-se mais numerosos do que o primeiro rival, o hoje extinto Català. A arquitetura do estádio renderia um dos apelidos do time, culer (ou culé, na transposição sonora para o espanhol), que derivaria da expressão cul, palavrão catalão para designar o ânus: a razão disso era o fato de que quem passava pelo estádio em dia de jogo só conseguia ver as nádegas dos torcedores sentados em muros das arquibancadas. No ano seguinte, faturou sua primeira Taça do Rei.

Gamper também recrutou Jack Greenwell como gestor. Este viu o clube começar a melhorar em campo: na década de 1910, destacou-se pelo fortalecimento da rivalidade com o então Real Español, equipe criada com o mote que mais tarde seria abraçado pelo Barça: a identificação com jogadores e a região local, fazendo contraponto ao estrangeirismo dos blaugranes; e pelos gols de Paulino Alcántara, jogador vindo da colônia espanhola das Filipinas e segundo maior artilheiro da história do clube, tendo anotado a assombrosa marca de 369 gols em 357 jogos.

Barcelona e Español dividiam as conquistas do Campeonato Catalão, derivado da Taça Macaya, com os culés ganhando cinco no período, em 1913, 1916, 1919, 1920 e 1921, contra três do rival (1912, 1915 e 1918). Paralelamente, o Barça ganhou também outras três Taças do Rei, em 1912, 1913 e 1920. As conquistas faziam o clube conseguir cada vez mais torcedores; o progressivo aumento fez com que o Barcelona arranjasse outro estádio, mudando-se para Les Corts, que foi inaugurado em 1922. Este estádio tinha uma capacidade inicial de 22.000, mais tarde ampliado para 30.000.

Ricard Zamora, goleiro entre 1919 e 1922.
República e Guerra Civil (1925-1939)
Em 14 de junho de 1925, um fato político teria pela primeira vez importância no clube: em uma reacção contra a ditadura de Primo de Rivera, a torcida vaiou o hino da Espanha. Como represália, o clube foi fechado por seis meses, enquanto Gamper forçado a renunciar à presidência.

A década de 1920 seguiu com o time acentuando seu domínio no futebol local, levantando oito das dez edições do campeonato catalão e outras quatro Taças do Rei. Os maiores ídolos eram o goleiro Ricard Zamora e Josep Samitier. A equipe conquistou também o primeiro Campeonato Espanhol realizado, o da temporada 1928/29. O troféu foi celebrado com um poema intitulado “Oda a Platko”, que foi escrito pelo membro importante daquela geração, Rafael Alberti, inspirado pelo heroico desempenho do Barça.

Prenúncios de dificuldades na década de 1930 vieram com o suicídio de Gamper, devido a um período de problemas financeiros e pessoais, talvez provocados pela crise de 1929.

Embora eles continuaram a ter jogadores da posição de Josep Escola, o clube entrou num período de declínio, em que o conflito político ensombrou o desporto na sociedade. O Barça enfrentou uma crise em três frentes: financeira, social (com o número de membros cair constantemente), e desportivo, apesar da equipa ter ganho o Campionat da Catalunya em 1930, 1931, 1932, 1934, 1936 e 1938, e as Taças do Rei em 1933, 1934 e 1939. Os anos 1930 viram também os dois primeiros brasileiros a jogar no Barça, ambos vindos do Vasco da Gama e que não deram certo devido ao preconceito por serem negros: Fausto dos Santos e Jaguaré, que ficaram apenas na temporada 1931/32.

Nas primeiras semanas da Guerra Civil Espanhola, em 1936, o presidente do Barça, Josep Sunyol, que era de esquerda, acabou assassinado pelos nacionalistas, ligados ao direitista General Franco. Apesar de sua morte não ter relação com o Barcelona – ele acidentalmente vinha passeando do lado errado da fronteira, gritando “viva a república” sem ter noção da presença próxima das forças nacionalistas, ela acabaria depois mitificada como marco inicial da perseguição que o time sofreria da ditadura franquista, até porque as instalações e escritórios do clube não escapariam da ocupação fascista na cidade.

Manifestação pró-Catalunha, algo corriqueiro nos jogos do Barcelona.
O início de um ícone catalão
Após a Guerra Civil Espanhola, o vitorioso General Franco proibiu oficialmente manifestações culturais que não as castelhanas no país, vedação que se estendia ao uso da língua catalã. Estas medidas fizeram com que houvesse alterações no Barcelona: do nome, para Club de Fútbol Barcelona; e no símbolo, em que quatro faixas vermelhas na parte superior direta, alusivas à bandeira da Catalunha, foram diminuídas para duas, para representar a bandeira da Espanha. Por consequência, o Campeonato Catalão, após a edição de 1940, foi extinto, com o Barcelona terminando como seu maior vencedor, somando 23 títulos, o dobro do rival Español. Durante a era franquista, um dos poucos lugares em que se podia falar catalão era o estádio do Barça. Daí viria a associação cada vez maior do orgulho catalão com o Barcelona, ao passo que o rival Español passaria a ser identificado como um aliado do regime de Franco.

Apesar da difícil situação política, o Barcelona usufruiu de êxito considerável entre o fim da guerra civil e 1953, justamente o período mais opressor da ditadura franquista; uma possível razão para a rápida reestruturação do clube foi o fato de justamente nesse período o presidente blaugrana ser indicado pelo governo espanhol. A equipe ganhou cinco títulos espanhóis, tornando-se momentaneamente a maior vencedora da competição, e três Taças do Generalíssimo, como ficou renomeada a Taça do Rei. Samitier era o treinador e a equipe reunia ainda Joan Velasco, Antoni Ramallets e César. Em 1949, também ganhou a primeira Taça Latina. Na época, a hegemonia no futebol espanhol era disputada com Valencia e Atlético de Madrid.

Em 1950, o Barcelona contratou o húngaro László Kubala. Kubala quase assinou pelo Real Madrid, mas o momento decisivo para mudar as suas ideias foi quando casou com a filha de Ferdinand Daučík, que esteve em contato com Josep Samitier. Em seguida, devido a esta relação, Kubala escolheu finalmente jogar em Barcelona – e seria votado, em 1999, como o maior jogador dos cem primeiros anos do clube. Em 1952, além da Liga Espanhola, outros quatro diferentes troféus em 1952: a Taça del Generalísimo, a Taça Latina, a Taça Eva Duarte e da Taça Martini Rossi. A conquista dupla da Liga e da Taça novamente viria na temporada seguinte.

Anteriormente, em um domingo chuvoso de 1951, a multidão deixou a pé o estádio Les Corts, após uma vitória contra o Santander por 2 a 1, recusando-se a apanhar os eléctricos e surpreendeu qualquer autoridade franquista. A razão era simples: ao mesmo tempo, uma greve teve lugar em Barcelona, que recebeu o apoio dos adeptos blaugranes. Acontecimentos como este fizeram Barcelona representarem muito mais do que apenas a Catalunha e muitos progressistas espanhóis viram o clube como um acérrimo defensor dos direitos e liberdades.

Em 1953, o clube contratou o argentino Alfredo di Stéfano, após uma exibição primorosa do jogador pelo Millonarios, time colombiano que, em excursão na Espanha, derrotara o Real Madrid por 4 a 2 em pleno Santiago Bernabéu. Mas a equipe da capital entrou na disputa: enquanto os blaugranes negociaram com o detentor legal do passe do argentino (o River Plate, uma vez que os times colombianos estavam banidos pela FIFA por jogarem em uma liga pirata), o Real negociou diretamente com o Millonarios. Di Stéfano já havia jogado três amistosos pelo Barcelona quando veio a solução dada pelo Ministério dos Esportes: o jogador faria temporadas alternadas por cada clube, começando pelo Real. O Barcelona não aceitou e deixou que Di Stéfano jogasse apenas pelo time merengue, que vivia em decadência – o rival Atlético de Madrid estava em melhor momento, possuía mais troféus e era quem inicialmente havia ligado-se aos militares.

O troco do Real Madrid três anos após perder Kubala para o Barça vinha justamente no ano em que se completavam dez da partida em que o Barcelona fora derrotado por 11 a 1 para esta equipe. Tal jogo era válido pela partida de volta da semifinal da Taça do Generalíssimo; na ida, em Barcelona, os madrilenhos perderam por 3 a 0 e o resultado surpreendente, a maior goleada dos jogos entre os dois times, seria fruto da intimidação local: o trio de arbitragem foi escalado para favorecer o Real, e policiais invadiram o vestiário do Barcelona ameaçando os jogadores caso saíssem da partida com a classificação. O primeiro grande choque entre as duas equipes seria tão escandaloso que até o Real reconheceria tal fato desta forma. A rivalidade, entretanto, só seria incendiada após a “traição” de Di Stéfano.

Últimos anos de hegemonia nacional
O efeito Di Stéfano logo seria notado: vinte um anos após seu último troféu na Liga Espanhola, o segundo, o Real reconquistou o troféu e seria bi na edição seguinte. O Barcelona entraria em incômodo jejum de títulos no principal torneio do país, só reconquistado em 1959, quando já contava, além do brasileiro Evaristo e do astro da Seleção Espanhola Luisito Suárez, com outras estrelas húngaras: os vice-campeões mundiais em 1954 Zoltán Czibor e Sándor Kocsis. O treinador era o mítico Helenio Herrera. O time já mandava seus jogos no Camp Nou (“novo estádio”, em catalão) desde 1957, com Evaristo tendo estufados as redes na inauguração.

Apesar do bicampeonato em 1960, o estrago já estava feito: o Real, que tinha vencido mais outras duas vezes o Espanhol naquele ínterim, conquistava a Europa ao faturar seguidamente as cinco primeiras edições da Taça dos Campeões da Europa, a atual Liga dos Campeões da UEFA, de 1956 a 1960. O gosto era mais amargo por ser Di Stéfano o grande maestro dos blancos, utilizados politicamente em favor de Franco – cuja ditadura fascista causava antipatia na Europa pós-guerra, o que só fazia aumentar as rixas.

Em 1958, o Barcelona também seria campeão continental, mas de um torneio menor, a Taça das Cidades com Feiras – precursora da atual Liga Europa da UEFA. A temporada 1959/60 veria o time participando pela primeira vez da Taça dos Campeões, como campeão espanhol. O Real Madrid seguia participando do torneio por ser sempre o campeão das edições anteriores, e os dois encontraram-se nas semifinais. O Real passou à decisão com dois 3 a 1, cada um com dois gols de Di Stéfano, dentro e fora de casa.

A revanche veio na temporada seguinte da Taça, nas oitavas-de-final: em novo encontro, desta vez foi a vez do Barça classificar-se. O time conseguiu chegar à final, sob a condição de favorito contra os portugueses do Benfica, que ainda sem Eusébio, ainda não detinham de prestígio internacional. Era a grande chance do Barcelona ameaçar uma reação às conquistas do Real, justamente no torneio até então só vencido por ele.

Pois foram os encarnados quem levantariam a Taça, em uma decisão conhecida como la final de los postes, em referência a quatro vezes que os ataques barcelonistas resultaram em bolas na trave no segundo tempo, quando a partida já estava 3 a 1 (terminaria em 3 a 2), de virada, para o Benfica. O cenário era o mesmo Wankdorfstadion em Berna, estádio em que Czibor e Kocsis – autores dos dois gols – sofreram outra surpreendente derrota, a da final da Taça de 1954. Kocsis declararia que “Agora entendo o que ocorreu em 1954. Neste gramado pesa uma maldição contra todo húngaro que o pise” – apesar do técnico adversário, Béla Guttmann, ser seu compatriota. Czibor, por sua vez, diria que “Normalmente, um jogo assim acabaria 10×0”.

O consolo de clube mais vencedor da Liga Espanhola não demoraria a acabar: o clube ficaria em jejum por quatorze anos e veria o rival Real superá-lo em conquistas no torneio em 1963, quando ganhou pela nona vez. Com a falta de títulos no Campeonato Espanhol, o clube teve de contentar-se com novos troféus na já denominada Taça das Feiras, em 1966 e 1971; e na Taça do Generalíssimo, em 1963 e 1968 – neste ano, com sabor especial: foi com um 1 a 0 na final contra o Real Madrid em pleno Estádio Santiago Bernabéu com Franco na plateia. Uma das razões era justamente a falta de dinheiro do clube, que havia gasto demais nas obras do Camp Nou – e ainda vira o ídolo Evaristo mudar-se para o Real, naquela década.

A ditadura franquista vinha enfraquecendo com o envelhecimento do General, que faleceria em 1975. Desde o ano anterior, o clube já havia adotado um nome em catalão, Futbol Club Barcelona, que se mantém até hoje.

Cruijff chega, mas não resolve a escassez

Johan Cruijff.
A temporada 1973-74 assistiu à chegada de uma lenda, Johan Cruijff. O jogador já era continentalmente consagrado por ter sido tricampeão seguido com o Ajax da Taça dos Campeões, o torneio que faltava ao Barça, e inauguraria a excelente relação do clube com futebolistas neerlandeses. Sua vinda causou escândalo: era a negociação mais cara do futebol mundial até então, cinco milhões de florins, preço tão alto que o governo espanhol não aprovou a transferência. Cruijff Só conseguiu ser levado porque foi registrado oficialmente como uma peça de máquina de agricultura

O impacto foi imediato: o craque, em sua primeira temporada, levou o Barça a reconquistar a Liga Espanhola, liderando uma equipe que contava com os talentos locais Juan Manuel Asensi, Carles Rexach e Hugo Sotil, quebrando o jejum com direito a golear o Real por 5 x 0 no Bernabéu. Receberia sua terceira Bola de Ouro da France Football pelo feito. Durante a temporada, nasceria seu filho, e Cruijff aumentou ainda mais a idolatria em torno dele ao batizá-lo com o nome catalão do padroeiro da Catalunha, São Jorge: assim foi nomeado Jordi Cruijff.

Após uma primeira temporada de sonhos, as outras acabariam sendo estressantes para Cruijff, mesmo com a companhia do amigo Johan Neeskens a partir da temporada 1974/75. Ele chegaria a ter uma perna quebrada e deixaria o clube, aposentando-se momentaneamente, após a Taça do Rei em 1978, justamente o segundo troféu que conseguira conquistar com o Barça. A conquista credenciou o Barcelona a disputar pela primeira vez a Taça das Taças, então o segundo torneio europeu em relevância, sendo campeão. O troféu marcou a despedida do ídolo Neeskens. Outro destaque a sair, um ano depois, foi o artilheiro austríaco Hans Krankl.

A escassez continua nos anos 1980
Josep Lluís Núñez foi eleito presidente do Barcelona em 1978. Seus principais objetivos foram estabelecer o clube como uma marca mundial e dar a estabilidade financeira. Em 1982, o clube ganhou outra Super Taça e acertaria a contratação, pouco antes da Copa do Mundo daquele ano, de outro craque mundial: Diego Maradona. Na temporada seguinte, sob treinador de seu compatriota César Luis Menotti, Maradona levaria o Barça a uma inesquecível final de Taça do Rei, batendo o Real Madrid.

No entanto, a passagem de altos e baixos de Maradona acabaria curta, também em virtude de estresse e fratura na perna, saindo em 1984, além de má relação com a diretoria; sua saída foi decretada após ele ser suspenso por três meses no futebol espanhol devido à briga campal que provocara na final da Taça do Rei daquele ano, contra o Athletic Bilbao (que venceu por 1 a 0). Sem poder contar com ele, o clube aceitou proposta da pequena equipe italiana do Napoli e o argentino, desgostoso com o que julgou como falta de esforço do Barcelona em defendê-lo no julgamento, acatou.

Quem o substituiu como grande líder da equipe foi o alemão Bernd Schuster, no clube desde 1980. Justamente após a saída de Maradona, o Barça voltaria a conquistar La Liga, a primeira vez desde o título com Cruijff em 1974, sendo a primeira também desde a morte do detestado Franco. Sob o comando de Terry Venables, o time faturou a edição 1984/85.

Na temporada seguinte, a equipe chegou novamente à final da Taça dos Campeões, com talvez mais favoritismo do que tivera em 1960: o adversário tinha ainda menos prestígio, os romenos do Steaua Bucareste, que tentariam ser o primeiro time da Europa Comunista a faturar o torneio mais importante de clubes do continente. Para completar, a final seria na Espanha, em Sevilla. A partida, entretanto, acabaria em 0 a 0 e rumaria para os pênaltis. Mesmo com o goleiro Urruti defendendo os dois primeiros pênaltis adversários, nenhum jogador do Barcelona conseguiu acertar a sua cobrança e o título foi para a Romênia.

Jogadores bascos, como Urruti, ficariam cada vez mais comuns no clube, que já contava com José Ramón Alexanko. Na temporada seguinte, contrataria também Andoni Zubizarreta, além do artilheiro da recém-realizada Taça do Mundo de 1986, o inglês Gary Lineker. Lineker saiu-se muito bem na primeira temporada, marcando 21 gols em 41 jogos, chegando a fazer os três dos blaugranes em um 3 a 2 sobre o Real Madrid.

Os resultados, entretanto, não apareceram e, em 1988, após três títulos seguidos do Real Madrid na Liga, Venables iria embora, assim como o ídolo Schuster – este, para piorar, fora para o Real, após desentender-se com o presidente Núñez, que o usara politicamente em sua reeleição e não cumprira a promessa de aumentar o salário do alemão caso ganhasse. Os madridistas, com uma esquadra jovem conhecida como Quinta del Buitre, contando com Míchel, Emilio Butragueño e o goleador Hugo Sánchez, ganhariam mais duas vezes seguidas o campeonato, em uma das piores décadas do Barça.

O Dream Team de Cruijff
Cruijff voltara ao Barcelona em 1988, após conquistar a Taça das Taças treinando o Ajax. Outros bascos chegaram sob seu comando: Txiki Begiristain, Ion Andoni Goikoetxea, José Mari Bakero, Julio Salinas e Julen Lopetegi. Cruijff também contrataria Michael Laudrup, Ronald Koeman e Hristo Stoichkov. Quem saiu foi Lineker, em 1989, aborrecido pela sua não titularidade em função da insistência de Cruijff em utilizá-lo na meia-esquerda, posicionamento em que ele não rendia tão bem. O primeiro troféu do novo treinador veio já em sua primeira temporada, faturando individualmente sua segunda Super Taça seguida naquele 1989. Em 1990, seria a vez da Taça do Rei.

O hoje técnico Ronald Koeman foi o herói da Taça dos Campeões de 1992, marcando de falta o gol do título. O ex-zagueiro marcou incríveis 67 gols em 192 jogos pelo Barça na Liga Espanhola.

A Liga Espanhola finalmente voltou para o Camp Nou em 1991 e três seriam vencidas em sequência. Em 1992, o clube finalmente conseguira o título tão desejado da Taça dos Campeões, batendo a Sampdoria na final. Contra a equipe italiana, que também usa azul, o Barça jogou todo de laranja. Mas, na hora de erguer o troféu, o elenco usou por cima o tradicional manto blaugrana. A partir do ano seguinte, o clube passou a contar também com Romário, que Cruijff vira em seu país natal atuando pelo PSV Eindhoven. O Baixinho viveu seu auge no Barça, sendo eleito o melhor jogador do mundo pela FIFA quando esteve no clube, inclusive ofuscando seus companheiros. Além disso, foi também o primeiro brasileiro a fazer sucesso por lá desde Evaristo: no período, o time contratara seis jogadores do país, entre eles Marinho Peres e Roberto Dinamite, todos sem êxito.

Cruijff seguiu no Barcelona até 1996, ficando oito anos no cargo, sendo quem por mais tempo treinou o clube, somando onze troféus. Os campeonatos espanhóis conquistados sob seu comando (quatro) foram o dobro dos vencidos pela equipe entre 1960 e 1988, quando ele chegou. Sua equipe-base, particularmente a tetracampeã espanhola em 1994 – Andoni Zubizarreta, Albert Ferrer, Ronald Koeman, Miguel Ángel Nadal, Sergi Barjuan, Josep Guardiola, Guillermo Amor (atleta que mais conquistou títulos pelo clube), José Mari Bakero, Michael Laudrup, Hristo Stoichkov e Romário – foi bastante acompanhada por espectadores do mundo inteiro. Muitos deles começariam a torcer pelo Barcelona ali.

Entretanto, o ambiente ficara estremecido ainda em 1994: a equipe teve a chance de ser bi na Liga dos Campeões da UEFA (denominação adotada em 1993 para a antiga Taça dos Campeões) e chegou favorita à final contra o Milan, mas perdeu por 4 a 0. Foi também o último ano em que o time foi campeão espanhol. Desde então, desentendimentos com Romário e Stoichkov, também donos de personalidades fortes, ficaram mais frequentes para Cruijff, que afastou ambos do time. O Baixinho, por suas constantes idas ao Brasil, seria vendido ao Flamengo ainda em meio à temporada 1994/95; o búlgaro saiu em virtude também de um desacordo salarial com o presidente Núñez. Outro a não se entender com Cruijff foi o romeno e ex-Real Madrid Gheorghe Hagi, que, contratado após sua bela Copa do Mundo de 1994, não rendeu o esperado após ser exigido por Cruijff a prezar marcação defensiva.

Hagi saiu em 1996, um ano após Laudrup, que repetiu Evaristo e Schuster ao ir para o Real Madrid. O dinamarquês, que participara de um 5 x 0 imposto pelo Barça sobre o Real em 1994, inspiraria o rival a devolver a mesma goleada sobre o Barcelona em 1995. Sua ida, uma reação do Real ao sucesso do Barça, foi provavelmente motivada pela insatisfação de ter sido deixado de fora da decisão europeia – Cruijff preferira preencher a vaga de três estrangeiros na final com Romário, Koeman e Stoichkov.

Cruijff, entretanto, plantara no Barça a filosofia que depois caracterizaria o clube e que ele já fizera no Ajax, a valorização das categorias de base. O clube seguiria a receita mesmo após a saída do treinador, e hoje sua academia conta com doze equipes, cada uma com até 24 jogadores. A maioria dos técnicos são licenciados pela UEFA para dirigir as categorias inferiores do Barça, consideradas as maiores produtoras de jogadores de alto nível, chegando a levar até 15 anos para formar um atleta.

Josep Guardiola, Albert Ferrer, Carles Busquets, Thomas Christiansen e Sergi Barjuan, além de seu filho Jordi, foram todos garotos levados diretamente por Cruijff ao time principal. Guardiola sintetizou a ideologia de seu ex-treinador, seguida até hoje pelo clube:

“ “os jogadores têm de pensar rápido e jogar com inteligência, sempre sabendo qual será o próximo passe (…). É assim que aprendemos a jogar e que o público espera que joguemos: de forma atraente, mas sem perder a eficiência (…). Cruijff (…) nos ensinou a jogar movimentando a bola rapidamente. Ele só usava jogadores de grande técnica. Quando procuramos por jogadores, ainda queremos essas qualidades”.

Ronaldo, que realizou uma única e inesquecível temporada no clube.
1996-2003 três anos de conquistas, quatro de decadência
Cruijff foi brevemente substituído por Bobby Robson, que tomaram a cargo do clube para uma única temporada em 1996-97. Ele recrutou Ronaldo, outro promissor brasileiro a chegar do PSV Eindhoven. Na Catalunha, o jovem virou El Fenómeno e teve uma temporada arrasadora, em que marcou 34 gols apenas no Campeonato Espanhol, justamente o título que faltou – naquela temporada, o Barça ganhou a Taça do Rei, a Super Taça da Espanha e a Super Taça Europeia (com gol dele na decisão contra o Paris Saint-Germain). O brasileiro, assim como Maradona e Romário, acabaria tendo uma passagem marcante e fugaz: após Núñez recusar-se a aumentar seu salário, como também fizera com Schuster e Stoichkov, os empresários do jogador o venderam à Internazionale, que já o desejava anteriormente.

Quem ocupou o espaço deixado por Ronaldo foram novos heróis: seus compatriotas Giovanni (que chegara à equipe meses antes do Fenômeno) e Rivaldo, o português Luís Figo e o espanhol Luis Enrique, que superara a desconfiança inicial dos culers por ter vindo do Real Madrid. O treinador era outro neerlandês, Louis van Gaal. Após quatro anos de espera, a Liga Espanhola foi novamente conquistada. A temporada que marcaria o centenário do clube, a de 1998/99, contou com o reforço de uma revelação na Copa do Mundo de 1998, Patrick Kluivert. A partida que celebrou a comemoração de 100 anos da fundação foi jogada contra nada menos que a Seleção Brasileira, em 28 de abril. O jogo festivo terminou em 2 a 2, marcando também um reencontro da torcida com os ídolos Ronaldo e Romário, que jogaram pelo Brasil, bem como os atletas do clube Rivaldo e Giovanni.

A saída de Luís Figo para o Real Madrid, em 2000, traumatizou o Barcelona. Tornou-se um dos mais detestados pela torcida, que antes o endeusava
O título espanhol foi conquistado e Rivaldo, premiado com a Bola de Ouro e o Melhor do Mundo da FIFA. Todavia, um mesmo incômodo tido quarenta nos antes novamente rondava: o clube não se saía bem na Liga dos Campeões e veria o rival Real Madrid voltar a faturá-la, em 1998 e 2000. Neste ano o Barça perdeu o campeonato espanhol. Van Gaal, contestado pela crescente colônia de compatriotas que formara na equipe – Michael Reiziger, Winston Bogarde, Marc Overmars, Frank de Boer, Ronald de Boer, Phillip Cocu, Ruud Hesp e Boudewijn Zenden, além de Kluivert e de Jari Litmanen, finlandês que treinara no Ajax -, acabaria deixando o time, e Núñez, a presidência.

As partidas dos dois foram nada comparada com a de Luís Figo. Capitão do elenco e jogador mais popular da torcida, que o tinha como símbolo, foi comprado pelo Real Madrid de Florentino Pérez para a temporada 2000/01, no que foi um verdadeiro choque para todo o mundo, especialmente para o clube. O recém-eleito presidente Joan Gaspart jamais superaria o trauma. Figo sentiria na pele o ódio que criou na Catalunha: em um de seus retornos ao Camp Nou, atuando pelo Real em um El Clásico, foi recepcionado em campo com uma chuva de objetos que incluíam correntes de bicicleta, bolas de golfe, garrafas de vidro, celulares, chaves de fenda e os mais macabros – as cabeças de um galo e de um porco assado.

Por três anos, o Barça voltou a viver um declínio, notado tanto no elenco remanescente quanto nas novas contratações do período, como Simão Sabrosa, Javier Saviola, Geovanni, Fábio Rochemback, Philippe Christanval, Patrik Andersson, Francesco Coco, Gaizka Mendieta, Juan Román Riquelme e Juan Pablo Sorín. Já os merengues atraíam títulos e mídia com as contratações chamadas “galáticas”, sendo nesse ínterim duas vezes campeão espanhol além de ganhar, em 2002, novamente a Liga dos Campeões, inspirado por um dos astros comprados, o francês Zinédine Zidane – para piorar, o arquirrival passou à final eliminando o Barça nas semifinais, com um empate em 1 a 1 em Madrid precedido por um 2 a 0 em pleno Camp Nou.

Outro galáctico foi o ídolo Ronaldo, que veio meses depois, após grande Copa do Mundo de 2002. Rivaldo deixara o clube rumo ao Milan pouco antes, insatisfeito com a volta do desafeto Van Gaal. A temporada 2002/03 terminou péssima, com Van Gaal sendo demitido em seu decorrer, sem a classificação para a Liga dos Campeões – a equipe teria de contentar-se em disputar a Taça da UEFA na seguinte.

Paralelamente, foi a contratação de um terceiro galático, David Beckham, ao fim do esquecível 2002/03, que acordaria o Barcelona. Tudo porque o jogador era uma promessa de campanha do novo presidente, Joan Laporta, que, sem o inglês, partiu para o plano B: Ronaldinho Gaúcho.

Frank Rijkaard e Ronaldinho Gaúcho sorrindo: nos melhores dias de ambos, o Barcelona se reergueu.
Os anos de Rijkaard e Ronaldinho (2003–2008)
Embora tivesse melhores propostas do próprio Real Madrid e do Manchester United, Ronaldinho escolheu Barcelona, onde poderia atuar sob menos pressão e ser o único astro. Junto com ele veio um novo treinador, Frank Rijkaard, indicado por seu compatriota Cruijff. Rijkaard viera para substituir o sérvio Radomir Antić, por sua vez contratado para substituir Van Gaal.

Ronaldinho demoraria a engrenar em sua primeira temporada devido a contusões; no primeiro turno, o time termina apenas em sétimo, com Rijkaard ameaçado de demissão. A reação viria na metade da Liga Espanhola, em que ele conduziu uma grande reação do Barça a um segundo lugar – o título ficou com o Valencia. Ofuscou até os outros reforços da temporada, que, à exceção do mexicano Rafael Márquez, não vingariam no clube: o meia português Ricardo Quaresma, o goleiro turco Rüştü Reçber e o neerlandês Edgar Davids. Ao fim da temporada, o elenco renovou-se, marcando-se a saída da maior parte dos neerlandeses – além do próprio Davids, Kluivert, Cocu, Reiziger, e Overmars, sobrando o técnico Rijkaard e Giovanni van Bronckhorst. Outro a sair foi o ídolo Luis Enrique, que se aposentou.

Ronaldinho na temporada 2004/05.
A boa fase de Ronaldinho se manteve em 2004, com ele recebendo pela primeira vez o prêmio de melhor do mundo. Com uma colônia brasileira, composta ainda por Thiago Motta, Edmílson, Belletti, Sylvinho e o naturalizado português Deco, Ronaldinho liderou um time bem entrosado em dois títulos espanhóis seguidos, em 2005 e 2006. Motta era cria do clube, onde debutara profissionalmente em 2001. Edmílson viera credenciado com sua participação em três títulos franceses seguidos do Lyon, os primeiros da equipe; Belletti e Sylvinho, por destacadas participações nos espanhóis Villarreal e Celta Vigo, respectivamente; Deco, por ser o comandante do Porto, surpreendente campeão da Liga dos Campeões de 2003/04.

Em meio ao chamado Samba Team, destacou-se também a dupla ofensiva que Ronaldinho fazia com o camaronês Samuel Eto’o (astro do Real Mallorca, mas até então pertencente ao rival Real Madrid), completados pelo sueco Henrik Larsson e o francês Ludovic Giuly (destaque do Monaco vice-campeão da Liga dos Campeões), todos contratados naquela temporada, além dos espanhóis pratas-da-casa Xavi Hernández e o jovem Andrés Iniesta. Mais jovem ainda era a promessa argentina Lionel Messi, outro a vir das bases do clube.

O auge chegou na segunda temporada, em que o Barcelona, em sua campanha campeã da Liga Espanhola, bateu por 3 a 0 o Real Madrid em pleno Bernabéu. Ronaldinho teve um desempenho tão impressionante que, tão logo após marcar o terceiro gol em jogada individual na área adversária (semelhantemente ao segundo gol, também de sua autoria), foi aplaudido de pé pela torcida merengue. Na Liga dos Campeões da UEFA, o time chegou novamente à final após doze anos, batendo o Arsenal de virada por 2 a 1, com bastante torcida contra na decisão em Paris – o clube inglês era repleto de franceses, dentre eles Thierry Henry, além disso, Ronaldinho não teve passagem tão boa no clube da cidade, o Paris Saint-Germain.

Porém, a apagada atuação do astro na final (os gols foram marcados por Samuel Eto’o e o inesperado e improvável Belletti, em jogadas decisivas de Henrik Larsson) acabaria sendo um prenúncio de novo tempo de vacas magras. Após impressão péssima deixada na Copa do Mundo de 2006, Ronaldinho não conseguiu repetir com regularidade a fase assustadora deantes. A má fase incluiu uma surpreendente derrota na Copa do Mundo de Clubes da FIFA em 2006,para um rival pessoal do craque, que começara a carreira no Grêmio: o Internacional. A temporada se seguiu com o Barcelona, líder no Espanhol, acabar perdendo o título para o Real Madrid devido ao confronto direto (os dois times empataram em número de pontos,76 cada. Porém, o Real Madrid ganhou no Santiago Bernabeu por 2 a 0 e empatou por 3 a 3 no Camp Nou). Ronaldinho, cada vez mais cedia sua posição de destaque para Messi.

Os autores dos gols na final da Liga dos Campeões de 2006 em meio aos festejos: Belletti e Samuel Eto’o. O brasileiro foi o improvável herói da final, ao marcar o tento da vitória.
A temporada 2007/2008, apesar da bombástica contratação do francês Thierry Henry, desejado pelo clube desde a anterior, foi uma repetição desta: um Barcelona apagadamente terceiro lugar no campeonato espanhol, com Real Madrid mais uma vez campeão. Na Liga dos Campeões, conseguiram alcançar as semifinais, porém foram eliminados pelo futuro campeão Manchester United. Ronaldinho, Deco e Rijkaard não sobreviveram e acabaram deixando o clube pela porta dos fundos (Ronaldinho e Deco caíram em autocomplacência depois da temporada 2005/2006 e Rijkaard foi apontado como responsável por permitir que este comportamento dos brasileiros causasse desavenças no plantel).

Henrik Larsson na vitoriosa temporada 2005/06. Foram dele e de um jovial Andrés Iniesta os dois passes para os gols na vitória contra o Arsenal na final da Liga dos Campeões.

Josep Guardiola, como técnico (2008-2012).
Com Guardiola no comando e Messi em campo (2008-2012)
A falta de conquistas quase custou o cargo de Joan Laporta na pré-temporada de 2008-09. Com o dinheiro das vendas dos inoperantes Ronaldinho, Deco, Lilian Thuram, Oleguer, Edmilson, Gianluca Zambrotta e Giovani dos Santos, o elenco foi renovado. A pedido do novo treinador, o ídolo Josep Guardiola, €90 milhões foram gastos nas contratações de Alyaksandar Hleb, Daniel Alves, Gerard Piqué (cria do Barça que estava no Manchester United), Martín Cáceres e Seydou Keita. Os reforços, particularmente Daniel Alves e Piqué, somaram-se à base dos anos anteriores: Xavi, Andrés Iniesta, Víctor Valdés, Carles Puyol, Rafael Márquez, Samuel Eto’o, o mais aprimorado Lionel Messi e o meteórico Bojan Krkić, mostrando a grande utilização por parte de Pep Guardiola da chamada “La Masia”, a academia de jovens jogadores do Barcelona.

Lionel Messi, na vitoriosa temporada 2008/09, em que o Barça conseguiu a tríplice coroa. O argentino marcou o segundo gol na decisão do título mais importante, a Liga dos Campeões. Hoje já é considerado um dos maiores jogadores da história do futebol mundial.
Em 17 de janeiro de 2009, Barça definiu o registro de pontos mais altos para a primeira metade de uma temporada na La Liga, alcançando 50 pontos fora de um eventual 57, com dezesseis vitórias, 2 empates e apenas 1 derrota, contra o Numancia no primeiro jogo da temporada (e vencendo o primeiro El Clásico da temporada contra o Real Madrid, 2 a 0 no Camp Nou). O clube também chegou à final da Copa do Rei pela primeira vez desde 1998. Seis dias depois, em 23 de janeiro, a IFFHS classificou o Barcelona em primeiro lugar em sua lista dos maiores clubes de futebol dos últimos 18 anos. O ranking foi determinado tendo em conta todos os resultados dos campeonatos nacionais, a taça competições nacionais, o clube das competições seis confederações continentais e da FIFA.

Em 14 de abril, o Barcelona estava qualificado para as semifinais da Liga dos Campeões pelo segundo ano consecutivo após derrotar Bayern Munique por 5 a 1 no agregado dos dois jogos e enfrentaram o Chelsea nas semifinais. Sua primeira etapa contra o Chelsea resultou em um empate sem golos em casa. Após o jogo, enfrentou Real Madrid, em um El Clásico vencido por humilhantes 6 a 2. Imediatamente após a vitória histórica sobre os seus maiores rivais, o Barcelona jogou contra o Chelsea na segunda etapa das semifinais da Liga dos Campeões. O Chelsea levou o jogo em Stamford Bridge 1 a 0 desde o início da partida, quando Iniesta marcou o gol do empate classificador aos 48 minutos do segundo tempo. As duas saborosíssimas vitórias não passariam despercebidas nas maternidades de Barcelona nove meses depois, onde notou-se um aumento da média de partos por dia. O “fenômeno” receberia o nome de “geração Iniesta”, em alusão ao autor do dramático gol contra o Chelsea.

O ídolo Samuel Eto’o em sua última partida pelo Barça, na vitoriosa final da Liga dos Campeões da UEFA em 2009, em que ele marcou o primeiro gol.
Em 13 de maio, o Barcelona venceu o Athletic Bilbao 4 a 1 no estádio Mestalla para ganhar a Copa do Rei. Após alguns dias, o Barcelona confirmou o já esperado título da La Liga. O clube tinha então a oportunidade de ser o primeiro da Espanha a conquistar a tríplice coroa: vencer o campeonato espanhol , a Copa do Rei e a Liga dos Campeões da UEFA em uma mesma temporada. O que foi conseguido duas semanas depois, no dia 27 de maio, em que o Barcelona derrotou o Manchester United, no Olímpico de Roma, com um 2 a 0 selado pela nova estrela do time, Messi. A partida também marcou a saída do ídolo Eto’o, que possuía problemas de relacionamento com o técnico Pep Guardiola. Ele foi cedido à Internazionale em uma troca que envolveu o astro da equipe italiana, o sueco Zlatan Ibrahimović.

Em 19 de dezembro, em seu ano mais vitorioso, o Barcelona conseguiu o título que lhe faltava, a Copa do Mundo de Clubes da FIFA: após ser derrotado pelas equipes brasileiras do São Paulo em 1992 e do Internacional em 2006, bateram de virada, na prorrogação, os argentinos do Estudiantes. Lionel Messi, autor do gol da vitória, acabaria eleito dois dias depois o melhor jogador do mundo pela FIFA no ano.

A temporada 2009/2010 foi marcada pela grande disputa com o Real Madrid pelo título da Liga Espanhola (com o Barça conquistando o título apenas na última rodada e somando impressionantes 99 pontos, além de vencer os dois clássicos contra o grande rival, 1 a 0 no Camp Nou e 2 a 0 no Santiago Bernabeu), a incrível ascensão de Pedro (outro jogador “Made in La Masia”), Messi tornando-se ainda mais goleador (devido ao fracasso de Ibrahimović em cumprir essa função) e pela segunda temporada seguida jogando mais de 50 jogos sem sofrer contusões, os problemas físicos de Andrés Iniesta (desde o jogo contra o Chelsea em 2008/2009) e Xavi cada vez mais líder do time no meio-campo. Na Copa do Rei, foi eliminado pelo Sevilla, o primeiro sinal de que o plantel não suportaria a carga de jogos e a incrível perseguição do Real Madrid na Liga.

Na Liga dos Campeões, demonstrou grande força ao chegar às semifinais. Porém, foram eliminados mais uma vez pelo futuro campeão da competição, desta vez a Inter de Milão, sem conseguir reverter o placar obtido pela equipe italiana no duelo de Milão, partida marcada por arbitragem bastante questionada. As contusões de Iniesta e o curto plantel para esta temporada (obrigando Xavi e Messi a jogarem sem descanso) fizeram o Barça sucumbir nesta competição. Ainda assim, o clube forneceu sete jogadores à Seleção Espanhola de Futebol que seria campeã, pela primeira vez, na Copa do Mundo de 2010, sendo que todos vieram das categorias de base blaugranes: Carles Puyol, Andrés Iniesta (autores dos gols decisivos, na semifinal e na final, respectivamente), Xavi e Gerard Piqué foram titulares, sendo campeões juntamente com Víctor Valdés, Sergio Busquets e Pedro (os dois últimos, revelações da temporada anterior). Também saídos das canteras do clube, Cesc Fàbregas e Pepe Reina foram outros campeões da Furia. Outro campeão culé foi o artilheiro David Villa, negociado junto ao Valencia logo antes do início do torneio.

Ao final da temporada, ocorreram as eleições para Presidente do Clube. Sandro Rosell (vice de Laporta até 2005) foi eleito para um mandato de 6 anos com 61,35% dos votos (com participação de 57088 sócios do Clube, recorde histórico). Ele foi seguido por 14,09% de Agustí Benedito, 12,29% de Marc Ingla e 10,80% de Jaume Ferrer, o candidato indicado por Joan Laporta. Um claro sinal de que resultados incríveis dentro de campo não justificam ou apagam atitudes equivocadas do agora ex-presidente (como a espionagem de futuros adversários políticos, acordos comerciais no Uzbequistão, uma ditadura, o que vai contra os valores democráticos do Barcelona, assim como o aumento excessivo dos gastos do Clube). Sócios do Clube conseguiram acesso à auditoria que comprovava tais problemas.

Após doze rodadas do Campeonato Espanhol e vivos na Copa do Rei e Liga dos Campeões, o Barcelona finalmente enfrentou o Real Madrid. Após uma semana tensa, devido às pressões dos principais jornais de Madrid (que declaravam mais uma vez o fim da superioridade culé na Espanha, desta vez com a chegada de José Mourinho aos merengues), o Barcelona repetiu o Dream Team de 1994 e humilhou o rival com um 5 a 0. Passado uma semana, o Barcelona fez outra vez história: os três finalistas ao prêmio de melhor do mundo eram jogadores do clube: Xavi, Iniesta e Messi.

No final da temporada 2010-2011, O Barcelona alcançou as semifinais da Liga dos Campeões e a Final da Copa do Rei, sendo que na duas competições teria que enfrentar o próprio Real Madrid (antes destes três confrontos, empatou em 1 a 1 no Santiago Bernabéu pelo Campeonato Espanhol). Após perder para os merengues a Copa do Rei na prorrogação (1 a 0), o Barcelona eliminou o Real Madrid da Liga dos Campeões, e repetiu a final de 2009 contra o Manchester United no Estádio de Wembley. Na partida contra o Levante (1 a 1), o Barça confirmou o tricampeonato espanhol. Na Final da Liga dos Campeões da UEFA de 2010–11, o Barcelona venceu o Manchester United por 3-1 e obteve o tetracampeonato europeu.

Na temporada 2011-2012, Barcelona reforçou o seu plantel com o atacante chileno Alexis Sánchez (transferido da Udinese por 37 milhões de euros, sendo 11 milhões condicionados com os títulos do Barcelona), a tão sonhada contratação de Francesc Fàbregas (transferido do Arsenal por 40 milhões de euros, sendo 6 milhões de euros condicionados com os títulos do Barcelona) e o desenvolvimento espetacular de Thiago Alcântara, jogador até então do Barcelona B, durante o Euro-21 (sendo campeão pela Espanha) e a copa Audi (sendo eleito melhor jogador do torneio).

Jogadores do Barcelona.
No dia 17 de agosto de 2011, o Barcelona levantou a Supercopa da Espanha após ganhar novamente o Real Madrid por 3 a 2, no Camp Nou e empatar em 2 a 2, no Santiago Bernabéu. Em 26 de agosto de 2011, o Barça voltou a ganhar um troféu, desta vez a Supercopa da UEFA de 2011, derrotando o Porto por 2-0. No dia anterior ao jogo, o argentino ganhou o primeiro Prêmio “Melhor jogador da Europa” concedido pela UEFA.

No dia 10 de dezembro de 2011, o Barcelona enfrentaria o Real Madrid em Santiago Bernabéu pela La Liga no último jogo antes do embarque para a disputa do Copa de Mundo de Clubes de Fifa no Japão. O Barcelona venceu por 3-1. Venceu a Copa do Mundo de Clubes da FIFA de 2011. O clube ainda levou o fair play, e Messi e Xavi levaram a Bola de Ouro e Prata, respectivamente.

No dia 22 de dezembro de 2011, o Barcelona aplicou sua maior goleada na era Guardiola, 9-0 em cima do L´Hospitalet pelas oitavas de final da Copa do Rei.

No dia 27 de abril de 2012, após a eliminação na semifinal da UEFA Champions League contra o Chelsea e a perda do Campeonato Espanhol para o Real Madrid, Pepe Guardiola anunciou que deixaria o Barcelona após quatro anos no cargo de muitas conquistas, ele porém ainda pôde conquistar um título a mais com o Barcelona,a Copa do Rei da Espanha, seu último título com o Barcelona após esse longo período de glórias com o clube.

Tito Vilanova, ex assistente técnico de Guardiola assumiu o cargo de treinador do clube.

Tito Vilanova as primeiras lesões de Messi e os primeiros problemas do elenco (2012-13)

Apos assumir o cargo de treinador da equipe Tito Vilanova a equipe e Messi conseguiram grande sucesso no começo da temporada com Messi marcando muitos gols e aniquilando recordes chegou a marca de 91 gols no ano de 2012. Porém, conforme o desenrolar da temporada a equipe veio se desgastando e tendo cada vez mais seu futebol estudado e por muitas vezes anulado, outro fator negativo foram as continuas ausências de Tito Vilanova como treinador da equipe pelo fato dele estar a fazer um tratamento contra um câncer na garganta ele permaneceu no cargo até julho de 2013 quando, por questões de saúde, teve de se afastar definitivamente do comando técnico, falecendo de câncer na garganta no dia 24 de abril de 2014.

A La Liga daquele ano ficou marcada na historia do clube por ser a primeira a ser ganha com 100 pontos igualando o record do Real Madrid de 2011-12 no dia 11 de maio de 2013, com o tropeço do Real Madrid diante do Espanyol, o Barcelona foi campeão sem entrar em campo e conquistou a Liga pela 22ª vez, primeiro título com o técnico Tito Vilanova.

Na Champions League fez alguns bom jogos a exemplo do jogo de volta contra o Milan no Camp Nou onde eles reverteram uma desvantagem de 2-0 estabelecida no San Siro porem em 1 de maio de 2013 o Bayern de Munique visitou o Barcelona e eliminou o time catalão na semifinal da UEFA Champions League. Após golear por 4-0 na partida de ida, o time alemão voltou a vencer com propriedade o adversário que estava sem seu camisa 10, Lionel Messi que não jogou devido a uma lesão. O Bayern venceu por 3 a 0 no Camp Nou e garantiu presença na final para disputar o título contra o Borussia Dortmund. Essa foi a maior derrota da chamada “era Messi” no Barcelona. O placar foi igual ao do revés para o Dínamo de Kiev, na Liga dos Campeões de 1997, e também da final da Champions de 1994, contra o Milan. O último 4-0 que o Barça havia sofrido havia sido em 10 de maio de 2007, quando perdeu para o Getafe, pela Copa do Rei.

Tatá Martino a compra de Neymar e as constantes lesões de Messi (2013-14)

Neymar, maior revelação do futebol Brasileiro dos últimos anos.
Em 23 de julho de 2013 o argentino Gerardo Martino foi anunciado oficialmente como treinador por duas temporadas.

Luis Suarez em ação na temporada 2014/15
Neymar deixou o Santos em 1 de junho, time em que estava atuando desde as categorias de base e assinou contrato com o clube catalão. O Barcelona revelou que pagou €57 milhões, cerca de R$ 159 milhões de reais, para ter o atacante Neymar no Camp Nou. A taxa de transferência foi confirmada pelo vice-presidente do clube catalão, Josep Bartomeu, que também revelou o valor da multa rescisória do contrato de cinco anos com o brasileiro: €190 milhões.

Com a chegada do brasileiro o Barcelona passou a utilizar pela primeira vez uma formação com três atacantes: Lionel Messi, Neymar e Alexis Sanchez. Em setembro os Blaugarnas conseguiram conquistar a Supercopa da Espanha contra o Atlético de Madrid. Ao longo da temporada o clube acabou eliminado da Liga dos Campeões nas quartas de final para o Atlético e perderam na final da Copa do Rei para o rival Real Madrid. O título espanhol também não veio com o Barça terminando em 2° colocado.

Foi de longe a pior temporada da “Era Messi” não conquistando nenhum titulo, tirando a Supercopa da Espanha que e um titulo referente a temporada anterior, as constantes péssimas decisões técnicas de Tata Martino as lesões de Messi e o crescente problema do time de reinventar o seu estilo de jogo fizeram desta temporada um grande fracasso o time ainda viu seu maior rival o Real Madrid derrota-los na final e conquistar a Copa do Rei e de quebra a “La Decima” conquistando a UEFA Champions League depois de um jejum de 12 anos sem conquistar o troféu.

Com Luís Enrique no comando e o trio MSN em campo: Tríplice Coroa, Doblete e Tri da Copa do Rei (2014-17)
Em 19 de maio de 2014 Luis Enrique Martínez García foi anunciado como treinador do Barcelona por duas temporadas.

Em 11 de julho de 2014 o Barcelona anunciou a contratação do atacante Luis Suarez junto ao Liverpool pelas próximas cinco temporadas, que passou a utilizar o uniforme número nove.

Depois de uma temporada 2013/14 sem conquistas expressivas, o Barcelona voltou a viver uma temporada gloriosa em 2014/15, na qual contou com um super time, liderados por um ataque imbatível formado por Messi, Neymar e Suárez. O trio foi responsável por incríveis 122 gols na temporada. Além dos três atacantes, o time do Barcelona contou com a genialidade de Iniesta, Rakitic, Daniel Alves e companhia para conquistarem a tríplice coroa. A primeira conquista da temporada foi a La Liga. Messi marcou o gol que garantiu o título e deu a vitória sobre o Atlético de Madrid por 1 a 0. A segunda conquista foi a Copa do Rei. Messi e Neymar marcaram os gols da vitória sobre o Atlhetic Bilbao por 3 a 1 na final da competição. Messi foi indicado ao prêmio puskas com um de seus dois gols marcados nesta partida, já Neymar causou polêmica ao aplicar uma “lambreta” num zegueiro da equipe rival. Esse drible é considerado desrespeito ao rival em Bilbao. O craque foi duramente criticado pelo ocorrido, inclusive pelos colegas de equipe. Para fechar a temporada faltava o título mais importante: A Liga dos Campeões. Após eliminarem o PSG com duas vitórias (3 a 1 no Parc de Princels e 2 a 0 no Camp Nou) nas quartas e o Bayern de Munique na semifinal (3 a 0 no Camp Nou e derrota por 3 a 2 na Allianz Arena), o favoritismo era do Barcelona. Mas alguns otimistas apostavam na Juventus, que havia surpreendido o Real Madrid e o Borussia Dortmund em sua campanha. O palco da final foi o Estádio Olímpico de Berlim. Logo aos 4′ minutos jogados de partida Neymar iniciou a jogada, e Iniesta tocou para Rakitic abrir o placar: 1 a 0 Barça. Durante toda a primeira etapa o Barcelona mandou nas ações do jogo, mas no segundo tempo, após um cochilo sofreram o empate, que acordou a Juventus. Mas mesmo assim o clube catalão soube aproveitar os vacilos do adversário e definiu a vitória. Suárez e Neymar marcaram, dando a vitória ao Barcelona pelo placar de 3 a 1.

Em agosto o Barcelona conquistou seu quarto título no ano. A vitória épica pelo placar de 5 a 4 sobre o Sevilla garantiu a conquista da Supercopa da UEFA. Entretanto a derrota por 4 a 0 para o Atlhetic Bilbao tirou todas as expectativas de repetir um ano perfeito, como em 2009, quando os “blaugarnas” conquistaram os seis títulos que disputaram. Em dezembro o clube fechou o ano com a conquista do Mundial de Clubes da FIFA. Suárez marcou cinco dos seis gols do Barcelona e foi eleito o melhor jogador da competição.

No Campeonato Espanhol o clube teve algumas dificuldades no começo com uma derrota para o Celta de Vigo por 4 a 1, e o afastamento de Messi por dois meses, devido a uma lesão. Entretanto graças ao sucesso da dupla Neymar e Suárez o clube alcançou bons resultados e estabilidade na Liga e também na Liga dos Campeões. Com a volta de Messi as vitórias seguiram, e o barça alcançou a liderança do campeonato. No dia 21 de novembro o Barça voltou a golear o rival no Santiago Bernabéu. Com grandes atuações de Iniesta, aplaudido pela torcida, Neymar e Suárez, o clube catalão goleou o Real Madrid por 4 a 0 pela décima segunda rodada da Liga. A última vitória expressiva do Barça no rival em Madrid, havia sido em 2009, quando o clube aplicou um humilhante 6 a 2 no rival. Outros jogadores como Cruyff e Ronaldinho já conseguiram a proeza de serem aplaudidos no Santiago Bernabéu.

Na Copa do Rei o Barcelona chegou a final depois de uma campanha invicta até a semifinal, com seis vitórias e um empate em sete jogos. O Barça eliminou o Espanyol nas oitavas de finais, e o Athletic Bilbao. Na semfinal aplicou uma goleada sonora de 7 a 0 no Valencia, com quatro gols de Suárez e três de Messi.

Jogo disputado entre o Deportivo de La Coruña e o FC Barcelona. Na imagem aparecem Denis Suárez, Javier Mascherano, Leo Messi, Luis Suárez e Gerard Piqué.
Na Liga dos Campeões 2015/16 o Barcelona não teve muitas dificuldades para superar todas as equipes de seu grupo e terminar a primeira fase na primeira colocação deste. Apesar sa ausência de Messi em algumas partidas, o Barça conseguiu emplacar uma sequência de quatro vitórias seguidas sobre o Bate Borisov (0x2, 3×0), Bayer Leverkusen (2×1) e Roma (6×1). Nas oitavas de finais o clube catalão tratou de despachar o Arsenal d Inglaterra. Com uma vitória fora de casa por 2 a 0, com dois gols de Messi, o barça praticamente selou sua classificação para a próxima fase. No jogo de volta, podendo perder por até um gol de diferença o clube soube administrar a vantagem e derrotou o rival por 3 a 1, com gols de Neymar, Suárez e Messi, alcançando então a incrível marca inédita de 38 jogos consecutivos sem perder na temporada. Nas sequência da competição o Barcelona acabou eliminado pelo clube do Atlético de Madrid nas quartas das finais. Apesar de ter entrando como favorito a conseguir uma vaga na semifinal, o Baça teve bastante dificuldade para sair com a vitória no Camp Nou, pelo placar de 2 a 1 depois da expulssão de Fernando Torres. No jogo de volta o Barça voltou a mostrar fragilidade, e acabou derrotado pelo time colchonero por 2 a 0 num dia apagado do trio MSN.

A incrível sequência invicta do Barça teve fim na partida contra o seu maior rival pelo Campeonato Espanhol. Em pleno Camp Nou o Barcelona foi derrotado pelo Real Madrid de virada com gol decisivo de Cristiano Ronaldo. Na rodada seguinte o Barcelona empatou com Villareal por 2 a 2, e perdeu para o Valencia CF, ficando com a liderança do Espanhol ameaçada, com a aproximação dos rivais Atlético de Madrid e Real. O barça voltou a vencer na partida contra o Deportivo La Coruña, aplicando uma goleada sonora de 8 a 0, com show de Luis Suárez, autor de quatro gols. Ao final desta temporada o Barça conquista o bicampeonato espanhol e o bi da Copa do Rei, com uma vitória sobre o Sevilla na final por 2×0.

A temporada 2016-17 começou com a conquista da Supercopa da Espanha em duas partidas contra o Sevilla, nas quais o clube blaugrana venceu nas duas ocasiões sem tomar gol: 2 a 0 na ida e 3×0 na volta. O turco Arda Turan, que veio do Atlético de Madrid, foi o artilheiro da Supercopa com os dois gols que marcou na última partida.

Na 1° rodada da fase de grupos da Liga dos Campeões da UEFA de 2016-17 o Barcelona goleou o Celtic da Escócia pelo placar de 7×0 no Camp Nou com grande atuação de Neymar. O camisa 11 foi autor de um belíssimo gol de falta e ainda deu quatro assistências. Além disso o argentino Lionel Messi marcou um hat-trick e Luis Suárez e Andrés Iniesta completaram a goleada com dois golaços. Pela 3° rodada o Barcelona enfrentou o embalado Manchester City de Pep Guardiola, no que era considerado o confronto mais aguardado da fase de grupos da Champions, mesmo assim o Barça não teve dificuldades para superar o adversário no Camp Nou, e venceu a partida pelo placar de 4×0, com outro hat-trick de Messi e um golaço de Neymar.

No primeiro clássico da temporada 2016-17, Barcelona e Real Madrid ficaram no empate por 1×1 em pleno Camp Nou, resultado que foi ruim para os catalães, que precisavam da vitória para diminuir a distância em relação ao rival, que estava na liderança do Campeonato Espanhol.

Em 01/02 o Barcelona derrotou o rival Atlético pela semifinal da Copa do Rei por 2×1 em pleno Vicente Calderón com gols de Suárez e Messi. No jogo da volta, em 08/02 o Barça ficou no empate em casa por 1×1 e garantiu seu lugar na final da competição.

Nas oitavas de final da Liga dos Campeões o Barcelona fez história ao conseguir a virada mais improvável da história da competição em um dos jogos mais emblemáticos da história do futebol. Em 14/02, no jogo de ida, o Barça foi goleado pela equipe do Paris Saint-Germain em uma das piores partidas do clube na temporada pelo placar de 4×0 no Parc des Princes. Mas no jogo da volta, em 08/03, o clube blaugrana supreendeu aos espectadores do mundo todo com uma vitória dramática e emocionante por 6×1. A partida estava 3×1 até os 88 minutos, quando Neymar puxou a reação do Barcelona e marcou um belo gol da falta. Dois minutos depois Neymar fez de pênalti e deixou o cenário do Camp Nou com uma atmosfera nunca antes vista. Três minutos depois, nos acréscimos, Neymar cruzou e Sergi Roberto selou a classificação inesperada do time azul grená.

Nas quartas de final o Barça acabou não tendo a mesma sorte. Diante da sólida defesa da Juventus o clube não conseguiu reverter a vantagem conseguida pelo adversário no jogo de ida (vitória por 3×0 em Turim). O jogo da volta acabou empatado em 0x0, resultado que eliminou o Barcelona do trio MSN da disputa pelo título europeu.

Em 23/04/2017 o Barcelona venceu o Real Madrid no segundo clássico da temporada. A partida foi disputada em pleno Santiago Bernabéu e acabou com o placar de 3×2 para os catalães. O camisa 10 Messi foi o grande destaque do jogo, tendo feito dois gols na partida, alcançando a marca de 500 gols na carreira. Apesar da vitória sobre o líder da competição o Barça não foi bem sucedido em sua perseguição ao rival e terminou o Campeonato em 2° colocado.

A temporada, marcada por decepções, foi “salva” com a conquista do Tricampeonato da Copa do Rei. O título veio sobre o Deportivo Alavés em 27 de maio com gols de Messi, Neymar e Alcácer; 3×1 foi o placar da partida.

Com Ernesto Valverde no comando e a tentativa de reinventar o estilo de jogo catalão (desde 2017)
Após perder o título espanhol para o Real Madrid na temporada anterior e ainda ver o rival conquistar o seu 12.° título da Liga dos Campeões, o Barcelona precisava dar uma resposta aos seus torcedores, que se acostumaram a ver o clube conquistar títulos de forma hegemônica na última década. Porém, antes do começo da temporada 2017/18, o clube sofreu um grande golpe com a venda milionária de Neymar para o Paris Saint-Germain. A perda parecia indicar mais uma temporada de insucessos para o clube blaugrana, o que apenas facilitaria o caminho para o Real Madrid continuar a hegemonia iniciada com a chegada de Zidane para comandar a equipe. As impressões acerca de um futuro sombrio seriam confirmadas nas derrotas para o Real Madrid pela Supercopa da Espanha (3-1 no Camp Nou e 2-0 no Bernabéu).

Entretanto, o início da campanha do Barça no campeonato espanhol de 2017/18 e a vitória expressiva sobre a Juventus na Liga dos Campeões foram a resposta frente a diversos rumores da imprensa. Rapidamente foi descartada a ideia de que o Barça não seria capaz de disputar os principais títulos da temporada com o seu rival de Madrid. A cada rodada o Barça foi consolidando cada vez mais enquanto o Real Madrid enfrentava dificuldades e ficava para trás na disputa do título espanhol.

Após a vitória impecável sobre o Real no Bernabéu por 3-0 no primeiro encontro depois da disputa da Supercopa, o Barça aumentou ainda mais a sua vantagem na liderança do espanhol e ficou a anos-luz do Real Madrid na corrida pelo título.

Na Liga dos Campeões veio então o grande fracasso da temporada. Após o bom início de temporada, o clube passou a ser visto como um dos grandes candidatos ao título europeu, até mais que o Real Madrid. O Barça venceu o seu grupo e foi às quartas-de-final depois de passar por um duelo difícil contra o Chelsea nas oitavas com uma grande vitória por 3-0. Nas quartas de final o Barcelona caiu frente à surpreendente equipe do AS Roma. A eliminação foi considerada uma das mais inesperadas da história da competição, não apenas pelo abismo existente entre ambas as equipes, mas principalmente pela enorme vantagem que o clube havia construído na primeira partida. A vitória por 4-1 no Camp Nou deu tranquilidade à equipe catalã, que já era dada como certa nas semifinais da competição. Entretanto, na partida de volta e com uma atuação impecável, a equipa italiana impôs 3-0 ao Barcelona numa noite mágica no Estádio Olímpico de Roma.

Apesar da eliminação frustante na principal competição da temporada, o Barça conseguiu reestabelecer o seu domínio doméstico conquistando a Copa do Rei pelo quarto ano consecutivo e erguendo mais uma taça da La Liga. O time passou a ter um ativismo forte em prol da autodeterminação da região em 2017 com o referendo.

Rivalidades
El Clásico
Ver artigo principal: El Clásico

Clássico entre Barcelona e Real Madrid no Santiago Bernabéu, em maio de 2009. O Barcelona venceu por 6 x 2 na casa do adversário.
Muitas vezes existe uma feroz rivalidade entre as duas equipes mais fortes em um campeonato nacional, e este é particularmente o caso da La Liga, onde o jogo entre Barça e Real Madrid é conhecido como El Clásico. Desde o início, os clubes foram vistos como representantes de duas regiões rivais na Espanha: Catalunha e Castela, assim como das duas cidades. Mais do que meramente esportiva, a rivalidade tem forte teor político, uma vez que o Barcelona proclama-se como defensor do nacionalismo catalão, não raro a nível de separatismo.

O sentimento antiMadrid ganhou força nas ditaduras de Primo de Rivera e, especialmente, na de Francisco Franco, em que as culturas regionais foram abertamente reprimidas, o que incluía na proibição do uso de qualquer língua que não a castelhana, oficialmente considerada a língua espanhola. Simbolizando o desejo de liberdade dos catalães, o Barcelona se declarou como més que un club (“mais que um clube”) para a sua região. De acordo com Manuel Vázquez Montalbán, “a melhor maneira dos catalães em demonstrar sua identidade foi apoiando o Barça. Foi menos arriscado do que reunir um movimento clandestino anti-Franco e permitiu-lhes expressar as suas dissidências”. Os estádios do Barcelona tornaram-se refúgio até para conversas em catalão, além de outros protestos contra o governo.

O Real Madrid, por sua vez, passou a ser visto como a personificação do governo franquista e do centralismo opressor de seu regime ditatorial, muito por conta do “Generalíssimo” aproveitar-se do sucesso dos blancos na Europa nos anos cinquenta para uso político, uma vez que a Espanha era vista com antipatia devido ao regime fascista que a governava. Ainda assim, foi só no meio da década de 1950 que a rivalidade realmente agravou-se, em torno da contestada contratação de Alfredo Di Stéfano pelo Real.

A equipe da capital logo ganhou força, passando a disputar os títulos nacionais com os blaugranes e, mais do que isso, fazendo sucesso na recém-criada Taça dos Campeões da UEFA, faturando as cinco primeiras edições do torneio, que o Barça só venceria em 1992. Com o sucesso do Real, Franco não demorou a declarar-se torcedor do time, e a proximidade do presidente merengue Santiago Bernabéu com o governante foi notória. Por outro lado, a ditadura franquista esteve próxima do Barcelona nos anos 1940, quando o presidente do time era escolhido pelo governo. Além disso, Franco seria simpático ao catalanismo do Barcelona, uma vez que preferiria ver opositores reunidos em um estádio do que nas ruas.

A rivalidade manteve-se mesmo no longo período de carência de títulos do Barcelona, que durou em torno de trinta anos, entre os inícios das décadas de 1960 e de 1990 e aumentou sua expressão internacional quando o clube catalão voltou a conseguir uma sequência regular de títulos, nos anos 1990. A rivalidade entre Real x Barça é considerada uma das maiores do mundo.

Dentre os diversos jogadores que jogaram nas duas equipes, os que mais fizeram sucesso em ambas foram Ricard Zamora, Josep Samitier, Evaristo de Macedo, Bernd Schuster, Michael Laudrup, Luis Enrique, Luís Figo e Ronaldo. Um dos maiores ídolos recentes do Barça, o camaronês Samuel Eto’o, veio ao Camp Nou contratado do arquirrival, onde não recebera oportunidades e era constantemente repassado por empréstimo a outras equipes. O último a fazer a troca entre as equipes principais dos dois clubes foi o argentino Javier Saviola.

El Derbi Barceloní

Barcelona e Espanyol antes do clássico no Camp Nou, pela temporada 2005/06.
O Barcelona tem também um rival em sua cidade, o Espanyol. Este clube defende que ele, e não o Barcelona, seria o verdadeiro representante dos catalães, uma vez que, apesar do nome, foi fundado justamente para ser um clube para jogadores catalães – enquanto os blaugranes eram formados majoritariamente por suíços, britânicos ou outros imigrantes.

Entretanto, durante o governo de Franco, o Barcelona acabou tomando a iniciativa de lutar pelas causas catalães, enquanto o Espanyol – que teve de rebatizar-se como Español – ficou com a imagem de clube que cultivava uma espécie de respeito à autoridade central. A proibição de manifestações das culturas regionais encerrou-se com a morte de Franco em 1975, mas apenas vinte anos depois o clube readotou o nome em catalão, o que só fez reforçar a visão de “colaborador” do governo espanhol. Outro agravante dessa imagem, injusta ou não, é o nome do time, que faz referência à Espanha, além de possuir o título Real – seu nome completo é “Reial Club Deportiu Espanyol de Barcelona”.

Há ainda o fato de que uma das principais torcidas organizadas do rival local ter ideologia de extrema direita, costumando levar bandeiras espanholas aos estádios, ter alianças com torcidas do Real Madrid e realizar manifestações racistas. Estes torcedores encaram com ódio o favorecimento da mídia e instituições catalães ao Barcelona. Isso, porém, não é suficiente para afastar a preferência de pequena parte dos nacionalistas catalães pela equipe blanca-i-blava (catalão) ou blanquiazul (espanhol), por verem o Barcelona como “demagogo”. Para esta porção, o Espanyol seria exclusivo de Catalunha, representando o verdadeiro catalanismo, enquanto o Barça teria perdido sua identidade e essência ao tornar-se preferência automática no exterior.

Este dérbi, que perdeu importância para os torcedores do Barcelona em favor da rivalidade com o Real Madrid, possui esmagadora dominância do Barça. Além de ter bem menos troféus e de nunca ter ganho o campeonato espanhol, na tabela classificativa o Espanyol só conseguiu terminar acima do Barcelona em três ocasiões em quase setenta anos. O equilíbrio existiu até o início da década de 1940, quando os dois disputavam acirradamente o campeonato catalão. Apesar de aparentar “indiferença” em relação ao Espanyol, os torcedores blaugranes encaram o dérbi com tensão, uma vez que visualizam na torcida rival “traidores da Catalunha”, fazendo com que os jogos necessitem de operações policiais especiais para reduzirem risco de confrontos.

Ricard Zamora, Zoltán Czibor, László Kubala, Javier Urruti, Iván de la Peña, Samuel Eto’o, Jordi Cruijff, Sergio García e, de certa forma, Alfredo Di Stéfano, são os mais conhecidos jogadores a terem passado pelas duas equipes. Czibor atuou ainda por outro time da cidade, o Europa. Já Ernesto Valverde tem passagens por ambos como jogador e como técnico, estando presentes nas duas finais continentais do Espanyol (as Ligas Europa de 1988 e 2007). O nome mais recente é o do brasileiro Philippe Coutinho.

Barcelona versus Atlético
É um clássico espanhol que se caracteriza mais pela tradição das duas equipes, consideradas ao lado do Real Madrid as três maiores da Espanha, do que por uma rivalidade propriamente dita, ao menos por parte do Barcelona. Ambos os clubes são anti-Real Madrid; porém, assim como os barcelonistas odeiam mais ao Real do que ao rival citadino (o Espanyol), os blancos também odeiam mais ao Barça do que ao Atlético, o que desperta certa rixa por parte dos rojiblancos: contra o Barcelona, os atleticanos não jogam amistosamente, costumando comportar-se em campo como adversários de igual para igual e as partidas entre as duas equipes são rotineiramente jogos de muitos gols, já tendo acontecido quatro confrontos pela Liga dos Campeões da Europa, com o Atlético tendo eliminado o Barcelona nas quartas de final em 2014 e 2016.

Um dado que poderia apimentar os encontros entre as duas equipes é a constatação que no início do governo franquista, foi o Atlético, e não o Real, a equipe mais próxima dos militares. O Real só passou a ser mais apreciado quando Santiago Bernabéu, fascista assumido, chegou à presidência. Mesmo assim, o Atlético viveu sua melhor fase durante o regime de Franco.

Os jogadores que mais recentemente vestiram as duas camisas foram Arda Turan, David Villa, Simão Sabrosa, Thiago Motta, Luis García, Demetrio Albertini e Sergi Barjuan. Julio Alberto, jogador-símbolo do Barça na década de 1980, começou no Atlético. Nenhum deles, entretanto, alcançou o mesmo sucesso nas duas equipes que Miguel Reina, Julio Salinas, Bernd Schuster e Ricard Zamora. Este jogou no Barcelona e, como técnico, comandou o Atlético na conquista dos dois primeiros títulos espanhóis da equipe.

Barcelona versus Athletic

Barcelona x Athletic Bilbao, em fevereiro de 2007, no Camp Nou.
Nas décadas de 1930 e 1940, o Barcelona disputava acirradamente os títulos espanhóis com os bilbaínos – adversários desde a final da primeira Taça do Rei realizada, quando seu time ainda chamava-se Viscaya (Biskaia). Tanto que eram os dois maiores vencedores de La Liga até a ascensão do Real Madrid, iniciada na década de 1950. Não tardou para que a rivalidade diminuísse bastante, inclusive pelo fato das duas equipes passarem a detestar o Real – o Athletic Bilbao, em caso similar aos blaugranes, representava outra região de cultura e línguas discriminada por Franco, o País Basco. A decadência vivida pelo Athletic a partir daquele momento, pior que a do Barcelona, também ajudaria a diluir animosidades entre as duas equipes.

A rixa esteve um pouco renovada nos anos 1980 – quando os alvirrubros tiveram uma curta volta às conquistas -, em que o jogador Andoni Goikoetxea chegou a quebrar as pernas dos barcelonistas Bernd Schuster e Diego Maradona. Em outra partida, decisiva pela Taça do Rei de 1984, vencida pelo Athletic, Maradona, recuperado da fratura, chegou a provocar uma briga campal entre as duas equipes, o que causaria de certa forma sua saída do Barça. As duas equipes voltariam a decidir o mesmo troféu em 2009, agora com uma certa confraternização das torcidas para vaiar a Marcha Real (hino nacional da Espanha) e o Rei Juan Carlos, presente no estádio – a censura do canal estatal espanhol às vaias acabaria provocando a demissão do seu diretor de esportes.

Atualmente, mantém a aura de clássico mais por envolver dois dos maiores vencedores clubes do país e por reunir também duas das três únicas equipes jamais rebaixadas à Segunda Divisão Espanhola (a outra é o Real), tendo disputado todas as edições da divisão de elite do campeonato espanhol, do que por propriamente um sentimento mútuo de rivalidade. Um curioso outro fator em comum é o fato de os dois também terem sido os últimos grandes times espanhóis a estamparem logotipos no abdômen das camisas – no Barcelona, a primeiramente o da Unicef (2006) e, no Athletic, o governo basco (2004).

Três dos componentes do Dream Team do Barcelona também destacaram-se no clube basco: Andoni Zubizarreta, Ion Andoni Goikoetxea (que não é o mesmo Goikoetxea que fraturara Schuster e Maradona) e Julio Salinas. O último a ter vestido as duas camisas como jogador foi Santiago Ezquerro. Já o nome em comum mais recente é o do técnico Ernesto Valverde, que também trabalhou em ambos como jogador.


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